terça-feira, 4 de novembro de 2008

Capítulo onze: um corpo, um poder...


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É com Michel Foucault que ganha força a linha de indagação a respeito do corpo em meio a saberes e poderes. Aqui a preocupação não são as forças próprias do corpo, com o que o corpo é etc, mas trata-se de um ponto de vista crítico que corresponde à pergunta: de que corpo necessita determinada configuração espaço- temporal de saberes e poderes? Trata-se de práticas discursivas e não discursivas investidas sobre os corpos e que os arrastam para uma série de problemas como a produção do “corpo dócil”, submetido, utilizado, transformado e aperfeiçoado (Op. Cit., p.08). Aqui outros verbos além do “ser” se impõem. O que vem aqui é uma ontologia histórica de nós mesmos interessada nas condições concretas que nos constituem. Surge aqui a questão: “sendo nossa interioridade, ou nosso dentro, um complexo de dobras e redobras do fora, que estamos ajudando a fazer de nós mesmos em meio às redes de saber e poder que ao mesmo tempo nos constituem?” (Op. Cit., p.08). Segundo Foucault, o corpo navega em sentidos que brotam de jogos de forças que não estão necessariamente sob meu controle (Op. Cit., p.09).
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